Por Julyanna Santos 11.03.2021
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Eles não são apenas uma boa companhia; os bichinhos de estimação têm impacto real na saúde de pessoas idosas, melhorando, por exemplo, a depressão, ansiedade e até doenças do coração
Os cães e os gatos favorecem a saúde mental e física e podem até aumentar a expectativa de vida de quem está atravessando a terceira idade. Diversos estudos já chegaram a essa conclusão: animais de estimação diminuem a sensação de solidão, levam os idosos a um propósito de vida e geram bom-humor e alegria, sentimentos capazes de gerar profunda sensação de bem-estar.
Brincar com eles pode aumentar os níveis de serotonina e dopamina, que estimulam o relaxamento, provocando um efeito calmante, principalmente para idosos com pouca memória e que exibem comportamento agressivo ou agitado.
Outro fator relacionado à recuperação nos índices de saúde diz respeito ao aumento da disposição, pois é preciso sair para passear ou praticar algum tipo de brincadeira com o bichinho, realizando atividades prazerosas, melhorando a coordenação motora e, consequentemente, diminuindo o sedentarismo.
Durante estes passeios, os pets, como são conhecidos atualmente, promovem, juntamente com seu dono, interação social, pois as pessoas respondem visualmente e verbalmente ao bichinho, “quebrando o gelo” entre duas pessoas, despertando interação.
Raquel Garcia Machado Vianna, médica veterinária, atua na Clínica Pró Vida Animal, e, diariamente, atende animais, cujos donos são pessoas idosas. Na sua prática, percebe inúmeros benefícios.
“O que eu vejo, principalmente neste momento atual de pandemia, é que a aquisição de um animal pode ser muito salutar, já que, infelizmente, idosos são o grupo social mais isolado neste período e ter um pet como companhia é uma excelente maneira de afastar a solidão e reduzir sensação de isolamento.”
Em entrevista para o Portal Fortaleza Amiga do Idoso, Raquel Garcia, faz uma recomendação importante para quem está pensando em adotar ou comprar um bichinho: “o animal adquirido precisa estar saudável e não ter acesso à rua, para que não seja uma fonte de contaminação.”
Ela indica que os idosos deem preferência para animais dóceis, com a índole calma e de porte pequeno, de preferência, já adultos, pois filhotes têm um nível de energia acentuada. “No geral, gatos costumam ser companhias ideais, pois são mais independentes e mais tranquilos”, pondera a médica veterinária.
Dona Maria Núbia da Costa Brasil, de 68 anos, é a feliz proprietária da “Juliete”, uma cachorrinha super simpática de quase 3 anos de idade. “Na falta das atividades do Projeto, a “Juju”, tem sido importante companhia. Sou viúva e meus filhos moram em suas casas e por isso minha cachorrinha é hoje minha grande amiga! Aconselho a todos os idosos a terem um pet, pois, de fato, é uma parceria de amor e cuidado, finaliza”.
O mesmo aconteceu com Dona Cleomar Melo de Castro, artesã de 53 anos, “mãe” do Tobi, de um ano e dois meses. Antes da pandemia, ela dava aula de artesanato e também era beneficiária das Hortas Sociais. Ela, que mora no Conjunto Ceará e é uma das diretoras do conselho do bairro, diz que sua vida mudou, e para melhor, depois da chegando Tobi: “Ele é como um filho pra mim. Inclusive, dá até mais trabalho que meus filhos pois ele é muito carente”, brinca.
“Todos deveriam ter um bichinho! A companhia é maravilhosa e sempre estamos conversando e brincando! Aconselho que todos os idosos tenham um bichinho”, finaliza Dona Cleomar.
A companhia e o afeto incondicional, podem ser uma ótima fonte de conforto e segurança para as pessoas idosas.
