Por Julyanna Santos 09.02.2021
- Ouça este conteúdo
Duas vacinas estão sendo disponibilizadas para os grupos prioritários, em Fortaleza: a Coronavac©, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, e a outra vacina desenvolvida pelo laboratório Astra- Zeneca/Oxford.
Nesse primeiro momento, os profissionais da saúde que atuam em ambientes hospitalares, públicos e privados e idosos, com mais de 75 anos, estão recebendo as doses do imunizante. Se seu avô, pai ou familiar, possui mais de 75 anos, é possível fazer o agendamento por meio da Plataforma Vacine Já da Prefeitura de Fortaleza através do endereço eletrônico: https://vacineja.sepog.fortaleza.ce.gov.br/.
Ainda há, no entanto, muitas dúvidas sobre efeitos colaterais, qual eficácia da vacina e muito mais. Para esclarecer as principais dúvidas, o Portal Fortaleza Amiga do Idoso, conversou com a Médica do transplante cardíaco/insuficiência cardíaca do Hospital do Coração de Messejana e Médica Plantonista do Instituto Dr. José Frota, Laura Leite da Escóssia Marinho. Ela, que está na linha de frente no combate ao novo coronavírus, esclareceu as principais dúvidas sobre o tema e reafirmou a importância da vacina para imunização da população.
Portal – Porque a vacina é importante e todos devem se vacinar?
Dra. Laura – O objetivo da vacina é reduzir a carga viral e neutralizar o vírus. Se você tomar a Coronavac, e caso você contraia o vírus em sua forma grave, o imunizante terá eficácia de 100%; caso contraia sua forma leve, uma eficácia de 78% e uma eficácia geral de 50, 38%. Então, é importante sim, que todos tomem.
Portal – Existe alguma contraindicação para idosos com comorbidades?
Dra. Laura – Não. Idosos com comorbidades devem se vacinar exatamente por conta da fragilidade, principalmente em casos graves. Não é à toa que idosos estão, assim como os profissionais de saúde, sendo vacinados primeiro. Recomendo que idosos façam sempre acompanhamento médico, principalmente os que possuem graves doenças ou que são transplantados, por exemplo.
Portal – Quais as reações das vacinas?
Dra. Laura – São efeitos colaterais leves: dor local, vermelhidão, pode ter um pouco de febre ou um quadro de mialgia (moleza) e dor no corpo. Não foi registrada, de maneira geral, nenhum efeito colateral grave.
Portal – O idoso pode tomar só uma dose da vacina?
Dra. Laura – A vacina foi desenhada para ser dada em duas doses: pode ser em 14 ou 28 dias, dependendo da vacina. Por enquanto, devido ao ineditismo da doença e dos estudos, o que se tem como protocolo é a vacina em duas doses. Infelizmente, ao longo da pandemia, nós percebemos que remédios milagrosos não tiveram efeito desejado. Para o idoso, e população de maneira geral, recomendo plenamente a vacinação.
Portal – Hábitos saudáveis substituem a vacina?
Dra. Laura – Não existe nada que substitua a vacina: ela foi feita para reduzir carga viral e neutralizar o vírus. O que indico, até que todos tomem a vacina, é que continuem com os protocolos apregoados pelos órgãos de saúde. Lave as mãos, constantemente; use máscara e mantenha distanciamento social.
Portal – O idoso está com febre. Pode tomar a vacina?
Dra. Laura – Se você estiver com covid você não poderá tomar a vacina. Se você está com febre, por exemplo, é importante que você saiba a sua causa. Se for uma febre por conta de um corte no pé, por exemplo, você precisa saber que é por conta disso.
Portal – Muitos idosos deixaram de fazer acompanhamento médico das suas doenças por medo de contrair a covid19. Qual a sua recomendação?
Dra. Laura – A minha recomendação é que, com muito cuidado e atenção, os idosos continuem fazendo seu acompanhamento médico. Evidentemente que isso também vai depender muito da orientação do médico e das comorbidades que o paciente tenha.
Portal – Qual a maior recomendação, como médica, para que o idoso não venha padecer com o vírus?
Dra. Laura – Recomendo todos os cuidados necessários: máscara, distanciamento social e higienização das mãos. Mesmo sabendo que é difícil, evitem contato com familiares que estão trabalhando presencialmente. É importante que o familiar evite abraçar, beijar o idoso. Vimos muitos casos de jovens que estavam com o vírus e acabaram passando para o familiar idoso. Eu acredito na ciência e acredito que muito em breve estaremos livres desse vírus. E por fim, que não politizemos um tema tão importante. Siga os órgãos de saúde e as recomendações dos médicos comprometidos com a ciência.