Por Julyanna Santos 22/01/2021
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Cada vez mais a alimentação tem estado no centro das discussões quando o assunto é saúde e seu consumo adequado deve ser encarado como política pública.
Acentua-se a compreensão de que saúde é um aspecto mais abrangente, que vai além da prevenção e da cura de doenças.
Vários pesquisadores ao redor do mundo estão buscando identificar os impactos da alimentação, entendendo que o ato de comer tem caráter de medicalização.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), em seu documento intitulado “Estratégia Global em Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde”, lançado na 57ª Assembléia Mundial da Saúde, salienta que doenças como, por exemplo, as cardiovasculares, o diabetes tipo 2 e determinados tipos de câncer, devem-se a insuficiente ingestão de frutas, verduras e legumes, além da falta de atividade física e o consumo do tabaco.
Um enfoque integrado das causas da má alimentação e da diminuição da atividade física contribuiria para reduzir a intensidade dessas doenças no futuro.
A questão alimentar e nutricional está relacionada com aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos. Infelizmente, a maioria da população não pode acessar importante variedade de alimentos para uma dieta rica e saudável.
A Nutricionista Ana Paula Bezerra, doutoranda em Biotecnologia (UECE), destaca a problemática: “Esse é um dos principais entraves para uma vida saudável, além da falta de conhecimento sobre uma nutrição correta. Como vamos propor uma dieta rica se faltam condições financeiras para a compra dos produtos? Como vamos propor uma dieta rica se falta conhecimento sobre a importância de uma boa alimentação?”.
Por isso, políticas públicas que estimulem o fácil acesso a alimentos saudáveis, são primordiais para as próximas gerações e para o futuro da humanidade, entendendo que a alimentação adequada é um direito humano.
É preciso adotar políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição, acesso, consumo de alimentos seguros e de qualidade, promoção da saúde e da alimentação adequada e saudável.
O Cel. Sérgio Gomes, Coordenador Especial de Idosos da Prefeitura de Fortaleza, reforça essa ideia: “veja, estamos, todos os dias, promovendo esse acesso. As nossas hortas sociais são exatamente para dizer: é possível comer bem; é possível ser saudável. E assim, contribuímos para uma outra perspectiva sobre a alimentação.”
No entanto, pequenas mudanças de atitude já podem trazer repercussão na vida das pessoas idosas.
Ana Paula Bezerra, a pedido da reportagem do Portal Fortaleza Cidade Amiga do Idoso, elencou algumas boas iniciativas:
- Evitar alimentos e bebidas industrializadas;
- Reduzir o consumo de sal e açúcar;
- Comer vagarosamente, mastigando bem os alimentos;
- Controlar a ingestão de gorduras e utilizar óleos mais saudáveis como o azeite de oliva;
- Preparar pratos de fácil digestão, cortando alimentos em pedaços pequenos ou processados;
- Hidratar-se bem e vagarosamente;
- Controlar o peso e os níveis de colesterol;
- Consultar-se regularmente com um geriatra.
Lembre-se: a alimentação é potencialmente capaz de abarcar componentes de felicidade, e de bem-estar para pessoas de todas as idades.
Saiba mais sobre as Hortas Sociais
Hortas Sociais é um projeto com objetivo de promover a garantia de segurança alimentar, incentivo à agricultura familiar urbana e estímulo ao convívio social de famílias de idosos em situação de vulnerabilidade social, por meio da produção de tomates cereja e hortaliças. Os ciclos compreendem três meses de produção. Toda a produção é doada às famílias cadastrados no projeto. O projeto provê os insumos, os equipamentos e o a mão-de-obra qualificada para as hortas.