Física, emocional, específica, social. Conhecer os tipos de fome é essencial para não brigar com a balança. “Quando a pessoa não busca na comida a solução dos seus problemas ou justificativas de merecimento deturpadas, fica mais fácil evitar o consumo de calorias extras durante o dia”, afirma Ione Leandro, consultora em nutrição estética da rede Onodera.
Ansiedade, estresse, tédio e até mesmo alguns hábitos negativos são vilões quando o assunto é emagrecer. Que o diga a secretária Kelly Souza, 51 anos, que, apesar de estar com sobrepeso, busca no açúcar a válvula de escape para momentos de pressão no trabalho. “Quando minha chefe pede coisas para ontem, eu abro a gaveta e já me energizo com um chocolate”, confessa.
Para ficar de bem com o seu corpo, da próxima vez que sentir fome, faça, primeiro, uma dessas quatro perguntas:
É fome física?
A fome é uma necessidade fisiológica de nutrientes. E o organismo sinaliza. Quando a barriga começa a “roncar”, é ele avisando que é preciso manter o balanço energético. “Os barulhos estomacais são um sinal do cérebro para a necessidade de combustível, ou seja, alimento para o corpo”, explica a nutricionista.
Nesses casos, levando em conta necessidades e hábitos individuais, recomenda-se “fracionar as refeições a cada três ou quatro horas e apostar em frutas, cereais integrais e gorduras do bem – estas fontes de energia que auxiliam no transporte de vitaminas e na adequação hormonal e podem ser encontradas em oleaginosas e peixes ricos em ômega, por exemplo”.
Para manter uma dieta saudável, devem ser evitados alimentos com alta concentração de sódio – como os industrializados –, carnes gordurosas, doces, frituras, refrigerantes e bebidas alcoólicas.
É fome emocional?
Ela surge do nada e com urgência, quando há a necessidade de usar o alimento para compensar ansiedade, culpa, tristeza ou mesmo cansaço depois de um dia longo de trabalho. “As pessoas não se alimentam apenas para saciar a fome, mas também porque é prazeroso”, pontua Ione.
No entanto, quando é “utilizada como forma de recompensa, merecimento, resposta ao estresse e outros fatores psicológicos que nada têm a ver com apetite, é necessário parar, entender e, se necessário, buscar acompanhamento com especialistas”, recomenda.
“A compulsão por determinado tipo de alimento é uma forma de acolhimento emocional”, explica. “Cada indivíduo responde de uma forma, mas é importante conhecer o que está levando a um distúrbio alimentar, tanto no excesso, quanto na falta.”
É fome específica?
Relacionada à fome fisiológica ou emocional, a fome específica geralmente envolve alimentos preferidos pela pessoa ou que há tempos não são degustados. “É a memória emocional”, diz Ione. Está relacionada ao prazer, a saborear.
Muitas vezes, é o famoso desejo. E dá para driblá-lo sem ingerir muitas calorias, fazendo escolhas inteligentes. “O padrão normal é quando podemos controlar e aguardar o momento certo de saciá-lo. Mas se torna um problema quando vira compulsão.”
É fome social?
Ela surge quando, mesmo sem vontade, a pessoa se vê obrigada a comer por estar em eventos sociais, como confraternizações e festas. “Geralmente a fome social aparece quando se vê determinado alimento ou se sente seu cheiro.”
Mas é importante que a pessoa não se sinta culpada por comer doce, hambúrguer ou pizza, por exemplo. “A recomendação é fazer um lanche saudável antes de ir ao evento e apenas comer pequenas porções, socialmente.”