Estudo em Portugal avalia os impactos do isolamento social na vida dos idosos do Projeto Fortaleza Cidade Amiga do Idoso

Por Julyanna Santos 02/05/2021

Entender os impactos do isolamento social na vida dos idosos, durante a pandemia da COVID-19, foi o tema de estudo escolhido pelo estudioso em Atividade Física para terceira idade, Elzier Sampaio.

Cursando mestrado na Universidade do Porto, em Portugal, desde setembro de 2019, ele investiga as associações entre qualidade de vida e as variáveis do estilo de vida, nomeadamente atividade física, tempo sentado e o sono, durante o confinamento.

Elzier Sampaio, em Porto, Portugal, onde apresentará trabalho tendo os Idosos do Projeto Fortaleza Cidade Amiga do Idoso como tema.

A ideia de realizar sua pesquisa acadêmica, tendo como corpus, os idosos do Projeto Fortaleza Amiga do Idoso, surgiu, ainda ano passado, após um encontro entre o Coordenador Especial de Idosos da Prefeitura de Fortaleza, Coronel Sérgio Gomes, a Professora, Doutora em Atividade Física e Saúde pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Lucimere Bohn e Elzier Sampaio. Considerando a necessidade de avaliar os efeitos nefastos da atual conjuntura de saúde pública na vida dos idosos, a decisão pelo tema de estudo parecia “latente para mim, quase como uma urgência a ser atendida“, comentou Elzier sobre a determinação do tema.

Durante o atual processo de escrita, o trabalho foi submetido, em formato de artigo, para apreciação de colegiados acadêmicos, por meio de publicações em revistas científicas; 2 artigos já foram aceitos e um terceiro deverá ser enviado ainda este ano para avaliação. Entre os dias 5 e 7 de maio, o mestrando, participará e apresentará seu estudo, no Encontro Investigação Jovem, promovido pela Universidade do Porto. A renomada revista internacional Frontiers of Phychology, irá publicar artigo intitulado COVID-19, Depression and Physical Activity Associations between depressive symptoms and physical activity intensity in an older adult population during COVID- 19 lockdown, onde Elzier Sampaio, é co-autor. 

Previsto para concluir os resultados no segundo semestre deste ano, Elzier pretende entregar para o Projeto Fortaleza Cidade Amiga do Idoso, “uma ferramenta capaz de contribuir com o planejamento e avaliação de atividades, visando a implementação de novas ações e melhorias para o Programa, que considero extremamente relevante na vida das pessoas idosas de Fortaleza, principalmente para as mais vulneráveis, que é a grande parcela da população.“

Professora Lucimere Bohn: “O próximo passo é desenvolver estratégias que permitam um envelhecimento ativo em situações pandêmicas.”

Lucimere Bohn, PhD em Atividade Física e Saúde pela Universidade do Porto e orientadora de Elzier Sampaio, falou, com exclusividade para o Portal Fortaleza Cidade Amiga do Idoso, sobre o estudo que está sendo desenvolvido e quais os impactos do trabalho. “Com o estudo, buscamos analisar a repercussão da pandemia na qualidade de vida da pessoa idosa. Pelo que percebemos, a qualidade de vida piorou, principalmente em decorrência da falta de atividade física e, em alguns casos, da solidão”, relata.

Sobre o estudo de Elzier Sampaio, a professora, é enfática: “estudos que visam mensurar os impactos da pandemia para, assim, criar soluções, são importantes e devem ser encorajados”.

Em tempo!

A Professora Lucimere Bohn, com apoio do Projeto Fortaleza Cidade Amiga do Idoso, realizou pesquisa com 1.200 idosos do projeto. A coleta dos dados foi realizada por mais de 30 Educadores Físicos do Eixo Esporte Amigo do Idoso, do Projeto Fortaleza Cidade Amiga do Idoso. Na pesquisa, idosos responderam sobre se estavam ou não saindo de casa durante confinamento; se moravam sozinhas ou não; se eram viúvas (os) ou não; sobre se faziam ou não o uso da tecnologia; entre outras. O estudo da Professora Lucimere Bohn, tem como foco a depressão e suas implicações durante esse momento pandêmico. “É preciso que tenhamos a compreensão das consequências do momento em que vivemos para, assim, criar estratégias que aumentam ou potencializem um envelhecimento ativo”, finaliza.