Por Julyanna Santos – 02.07.2021
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O Programa Fortaleza 6.0, programa de rádio do Projeto Fortaleza Cidade Amiga do Idoso, com transmissão pela Rádio Tempo Fm, 103.9, recebeu, dia 26 de junho, o Presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (International Longevity Centre Brazil) e co-diretor da Age Friendly Foundation e Gerontólogo, Alexandre Kalache. O programa, também transmitido pelo Youtube do Projeto Fortaleza Cidade Amiga do Idoso, teve como tema envelhecimento saudável e longevidade.
O bate-papo, mediado pelo Gestor da Coordenadoria do Idoso da Prefeitura de Fortaleza, Cel. Sérgio Gomes, apresentou, para a audiência, os diversos aspectos para uma vida longeva e feliz, dentre eles: propósito de vida, boa autoestima e o cuidado com a saúde.
A ideia de que envelhecer torna a pessoa incapacitada e mais suscetível a doenças está ultrapassada e por isso, segundo Kalache, é comum vermos sujeitos integrados, de maneira ativa e comprometida, com os rumos de suas vidas. “A prática de atividade física, engajamento social e político, além da autonomia nas ações e desejos, são alguns dos fatores que tornam os idosos, parte importante de uma sociedade cada vez mais fluida”, destacou na em sua entrevista.
Segundo estimativas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 22 anos – 2043 –, idosos com mais de 65 anos serão mais numerosos que jovens entre 0 e 14 anos no Ceará.
O envelhecimento é um processo natural, mas que ainda carrega muitos estigmas que são perpetuados na sociedade. O chamado “idadismo” é um dos perigos mencionados na entrevista. O idadismo é o preconceito baseado na idade que ocasiona diferentes formas de discriminação. Essa forma de opressão emerge como problemática das relações entre velhice e subjetividade.
Para o médico Alexandre, todos devem lutar contra este preconceito. “O preconceito corrói e faz com que a velhice possa ser uma etapa da vida muito triste em que você é maltratado, negligenciado, abusado, e passado para trás”, conclui.
Para dar a volta por cima e garantir um envelhecimento ativo e com saúde, são listados quatro pilares fundamentais que auxiliarão na conquista de uma maior qualidade de vida. São eles:
1) Saúde. Cuidar da saúde e ter acesso à profissionais que realizem o monitoramento e a preservação da saúde – tanto física quanto psicológica – do idoso são fatores fundamentais e que farão uma grande diferença no em seu bem-estar e em sua autoestima. Também se inclui uma boa nutrição e a prática de exercícios físicos regularmente;
2) Conhecimento. Como colocado na entrevista, “a tecnologia não vai te dar moleza”. Portanto, é importante sempre se manter curioso e buscar aprender coisas novas, pois o conhecimento garante novas formas de integração na sociedade. E, de quebra, você poderá realizar atividades prazerosas para se passar o tempo.
3) Participação. Alexandre destaca o valor em se ter uma atitude de abertura, mais leve e otimista. Se permitir conhecer pessoas novas e fazer parte de novos círculos sociais. Fazer novos amigos, sorrir mais. O convívio social é um fator que está interligado à saúde mental. “Adulto ranzinza ninguém gosta e velho ranzinza ninguém atura!”, brinca.
4) Segurança. Pouco adianta se empenhar nos três primeiros pilares se faltar a proteção. Para tal, é necessário a implicação de políticas públicas que garantam direitos de proteção ao idoso. Isso inclui formas de se denunciar violências e garantir que elas não ocorram novamente. Manter laços familiares fortes também é uma alternativa para que o idoso se sinta seguro.
A mensagem de Alexandre é otimista, e afirma que os quatro pilares só surtirão efeito caso o idoso tenha um propósito. “Você tem que ter o ânimo de sair da cama sabendo que fará uma diferença para o bem, nem que seja para você ou só para sua família, ou para a comunidade. Esse propósito de vida é que nos faz pensar “poxa, que legal, eu continuo vivo!”.
Para assistir a entrevista completa na íntegra, você pode acessar o link: https://www.youtube.com/watch?v=vzi-gYJMF2Q
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