Enquanto os cientistas não encontram uma cura definitiva, o problema segue preocupando pessoas de todas as idades. Em especial, a população mais velha. Diversas pesquisas médicas apontam os 65+ como o grupo mais suscetível ao vírus.
Parece claro que o coronavírus não deve ser visto como um fato isolado. Ao longo dos tempos, muitas foram as epidemias que enfrentamos. Os primeiros casos de Dengue no Brasil datam de 1986. A epidemia se agravou em 1990 com o surgimento de um segundo tipo da doença e novamente em 2001 com um terceiro tipo. Em 2009, as autoridades de saúde brasileiras registraram 55.867 casos de H1N1. Depois, a Copa do Mundo de 2014 introduziu no país uma epidemia de Zika Vírus. Isso sem falar nos casos de Chikungunya e Sarampo que, de tempos em tempos, voltam a ganhar destaque nos noticiários.
Hoje, os idosos representam 10,5% da população brasileira, ou seja, 19,6 milhões de pessoas. A previsão do IBGE é de que, até 2050, esse percentual chegue a 30%, o que significa 66,5 milhões de pessoas com mais de 65 anos. Serão a maioria. Em 2050, o Brasil será um país idoso. Agora imagine uma epidemia atingindo todo esse contingente? Seria uma catástrofe. Mas para evitar isso, todos precisam fazer sua parte, governo com políticas públicas e população com prevenção e conscientização.
Longevidade não significa apenas viver mais. Significa ter qualidade de vida ao longo de todo esse tempo a mais que ganhamos. Mas para ter longevidade, é preciso investir em longevidade. Por isso, cuide-se mais para viver mais e melhor.
Por Henrique Noya
Henrique Noya é diretor-executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. Formado em Economia e Direito, com pós-graduação em Administração, está presente desde o início do projeto do Instituto, participando de sua formulação conceitual e do desenvolvimento de seus projetos. O Instituto é hoje referência nacional na discussão dos impactos sociais e econômicos da longevidade, através de seus programas com foco no trabalho, desenvolvimento das cidades e promoção do conhecimento sobre o tema longevidade. Tudo isso, com o objetivo de promover a preparação do país e dos indivíduos para a realidade do aumento da expectativa de vida.