Por Julyanna Santos 28.05.2021
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Uma das práticas mais antigas do mundo, o artesanato está presente nas mais diversas culturas e faz parte da vida de milhares de pessoas.
Expressão artística datada do período neolítico (6000 a.c), o artesanato atravessou gerações e se tornou importante expressão regional das comunidades, em seus modos de existir e de vivenciar a coletividade, fazendo parte da cultura tradicional dos povos.
O artesanato pode ter uma finalidade estética (por exemplo, um quadro decorativo), ritual (uma máscara) ou funcional (um vaso para água) e a sua elaboração combina o design com a arte. Geralmente, é realizado em ambiente familiar e sua prática é passada de pai para filho.
Além de servir de renda para as famílias, o artesanato também tem um forte componente terapêutico, sendo, inclusive, recomendado por especialistas, com o objetivo de aliviar o estresse, a ansiedade e melhorar o humor.
Ao longo dos anos, o Projeto Fortaleza Amigo do Idoso, um projeto do Núcleo de Produções Culturais (Nuproce) em co-gestão com a Prefeitura de Fortaleza, teve a oportunidade de conhecer artesãos e artesãs, verdadeiros artistas, capazes de transformar materiais simples em obras de arte.
Hoje, você vai conhecer a Ezilia Braga, Ranilson Rodrigues, Maria Vânia, Joana Pereira e Tânia Maria Martins Silva. Apaixonados pela arte do artesanato, transformaram suas vidas, dedicando tempo, amor e energia, em seus projetos artísticos.
Com vocês, os artesãos do Projeto Fortaleza Amigo do Idoso!
Ativa aos 90 anos: “o artesanato me salvou”
Dona Ezilia Braga costura desde os 8 anos de idade. Hoje, aos 90 anos, continua ativa, e faz belas colchas de cama, quadros, almofadas, suportes para jarros. Já costurou vestido de noiva, faz ajustes em roupas de familiares e, sempre que pode, compra pessoalmente a matéria prima para suas peças.
Apaixonada pelo Projeto Fortaleza Amiga do Idoso, ela participava, antes da pandemia, da hidroginástica e das Hortas Sociais. O artesanato, segundo ela, tem sido importante nesse momento de pandemia: “fiquei chateada em ter ficado em casa e passei muitos dias fazendo meu artesanato. Foi o que salvou”, finaliza ela. Ela aconselha outros idosos a realizarem se, puderem, “alguma atividade para ocupar suas cabeças”.
Um artesão dedicado ao ofício!
Homens, no mundo do artesanato, são raridade! Ranilson Rodrigues, de 59 anos, morador do Conjunto Ceará, é uma exceção e que exceção! Ele, que faz artesanato há anos, desenvolve artigos em macramê e luminárias em PVC. Em macramês, faz blusas, bolsas, suporte para plantas e muito mais! Suas luminárias, vazadas, possuem diferentes temáticas e são lindas para decorar. Ele diz, que o que começou como hobby, hoje complementa a renda familiar. Sempre que pode, indica o trabalho para colegas: “é uma maneira de trabalhar o corpo e a mente, manter-se ocupado, e, de quebra, ainda manter-se ativo.
Aconselho o artesanato para idosos: mente ocupada!
Maria Vânia Pereira Costa, de 70 anos, mora no Conjunto Ceará e transforma E.V.A (espuma de borracha) em arranjos de rosas, bonecas luminosas, canetas, lembrancinhas de aniversário, tiaras e muito mais. Vânia, que é beneficiária do Projeto Fortaleza Cidade Amiga do Idoso, e antes da pandemia fazia hidroginástica e ginástica, começou a fazer as peças como hobby. “No começo era só diversão, mas com a pandemia não pude fazer outra atividade e estou vendendo”, finaliza.
Segunda ela, a sua maior alegria é ouvir os elogios sobre o seu trabalho: “quando vendo ou presenteio alguém e vejo que a pessoa achou bonito eu me sinto mais estimulada em fazer meu artesanato”. Ela aconselha a atividade manual no desenvolvimento da mente e da criatividade, principalmente na terceira idade.
Eu escolhi o artesanato!
Já Joana Pereira Nogueira começou a fazer peças de artesanato ainda criança, com a mãe. Ela, que participa das aulas de dança com o professor Carlinhos Araújo e mora no Conjunto Ceará, faz quadros em crochê, passadeiras, capas pra cadeiras, toalhas de mesas e para banheiro. Ela vende, para amigas e conhecidos, suas peças e as que mais gosta de fazer são os quadros de lã com as mais variadas paisagens. Ela diz que além de fazer bem para a mente, o artesanato, ainda lhe garante uma renda extra!
Costura criativa: para aquecer o coração
A professora aposentada, Tânia Maria Martins Silva, de 65 anos, mãe de três filhos e avó de três netos, mora no Conjunto Ceará há 43 anos.
Dona Tânia é mais uma idosa apaixonada pelo Projeto Fortaleza Cidade Amiga do Idoso. Ela participa do grupo superação, faz hidroginástica no CSU, é aluna da professora Lia Lemos, do eixo Esporte Amigo do Idoso e, mais recentemente, inscreveu-se nos cursos do eixo Inclusão Digital. O artesanato, ou costura criativa, como ela gosta de chamar, começou como hobby após a sua aposentadoria.
Com o Youtube, ela apreendeu os principais pontos e hoje faz bolsinhas, porta máscara, bolsinhas de aniversários, pano de prato, boneco de pano e muita mais. A costura criativa ajudou muito nesse tempo de pandemia e, além do artesanato, é entusiasta dos programas Ely Alves, da Eliane Melo e do Cel. Sérgio Gomes. “Eu amo o projeto e participo de tudo. Sou muito engajada! Agradeço ao NUPROCE e todos que fazem esse lindo projeto”, finaliza.
Para entrar em contato ou adquirir peças:
Dona Ezilia Braga: 85 98674-4592
Ranilson Rodrigues: 85 9 8679-0709
Vânia Pereira: 85 9 8699-2251
Joana Pereira: 85 9 8648-6189
Tânia Maria: 85 9 8656-1609