Você já não fica mais feliz com coisas que eram prazerosas antes? Não consegue parar de pensar no que incomoda? Tem dores de cabeça ou estômago, devido ao nervosismo? Adquiriu novos hábitos nada saudáveis? Teve alteração de alimentação ou sono? Se suas respostas foram positivas, é possível que você tenha de buscar hábitos para combater o estresse.
“Vivemos tempos estressantes e saber o limite do aceitável é essencial. Se uma ou mais dessas situações ocorrer é um sinal de excesso, demandando acompanhamento profissional”, informa a psicóloga e coach Bia Nóbrega.
Três fatores podem provocar o transtorno do estresse agudo, segundo a neuropsicóloga Talita Berboni, do Hospital INC:
– Temperamental: “Se a pessoa já tem diagnóstico prévio de algum transtorno mental; se tem altos níveis de neuroticismo, que inclui vulnerabilidade, instabilidade, passividade e depressão; se percebe de modo mais grave o evento traumático do que outras pessoas; se tem um padrão de comportamento evitativo; e se tem uma visão catastrófica sobre o ocorrido, com sentimentos de culpa ou desespero”.
– Ambiental: Quando há exposição a algum evento traumático e se existe histórico familiar de transtorno do estresse agudo.
– Genético ou fisiológico: “Mulheres têm mais risco do que homens. Pessoas altamente reativas, que se sobressaltam facilmente, também têm maior chance de sofrer de transtorno de estresse agudo”.
Não fazer nada e deixar o estresse do jeito que está pode acarretar, ao menos, dois problemas. Um é a perda de qualidade de vida. Outro é a evolução do quadro. “[Quando isso acontece,] o mais comum é o transtorno de estresse agudo se tornar um transtorno de estresse pós-traumático”, sinaliza Talita.
Como combater o estresse
Há algumas ações que podem ser incorporadas no dia a dia para trazer alívio e reduzir sintomas, segundo Bia. Adotá-las, diz ela, traz conforto rapidamente. “Três a quatro semanas é um tempo bastante razoável para ter resultados significativos.”
Confira, a seguir, quais são elas.
1. Conectar-se com os outros
Ter um círculo de amizades é fundamental para o bem-estar. São mais do que colegas que falam apenas de amenidades. Ao seu lado, é preciso ter amigos, com os quais você possa abrir o coração. “E, principalmente, ter certeza de que quando você precisar, essa pessoa vai te ajudar também”, indica Bia.
2. Manter a positividade
“Ser otimista não significa ignorar as tristezas e as dificuldades da vida”, afirma a psicóloga. Mas é preciso focar o positivo. A prática pode se tornar um hábito. “Isso pode ajudar as pessoas em volta a ter um dia melhor. Enquanto a negatividade é contagiante, ser positivo permite manter as pessoas em volta motivadas.”
3. Fazer atividade física
Exercícios ajudam a manter o nível de endorfina, o que colabora na redução do estresse. E se você ainda está em dúvida entre matricular-se ou não na academia ou apostar em caminhadas pelo bairro, é melhor conhecer os outros benefícios que a atividade física proporciona, entre eles retardar o envelhecimento, prevenir o Alzheimer, ajudar na saúde dos músculos e colaborar para o controle da hipertensão.
4. Ajudar outras pessoas
Fazer o bem traz vantagens para quem faz e para quem recebe, segundo pesquisas. Voluntários, por exemplo, notam redução na ansiedade e aumento na longevidade, além de apresentarem menores índices de depressão.
Bia diz que não é preciso dedicar muito tempo para observar melhora. “Sorrir para um estranho na rua, ligar para aquele amigo e oferecer ajuda a alguém são coisas fáceis e rápidas. Não há razões para não fazer”, exemplifica.
5. Dormir bem
Ter uma boa noite de sono é essencial para o bem-estar – e para reduzir os níveis de estresse. “Caso você esteja se sentindo cansado, acordando no meio das noites ou tendo grande dificuldade para dormir, é essencial cuidar disso”, afirma a psicóloga.
6. Alegrar a vida
Há diversas maneiras de se divertir mais: com amigos, no cinema, com animais de estimação, num hobby… “Muitas pesquisas comprovam que, de fato, rir é o melhor remédio. Além de reduzir ansiedade e dores, aumenta a saúde dos pulmões e também do coração.”
Quer saber o que lhe faz feliz? Bia dá o caminho: “O ideal é identificar quais são as atividades que fazem com que você perca noção do tempo e se sinta num fluxo mais agradável”.
7. Comer bem
Especialistas defendem que o intestino é o segundo cérebro. É lá que o organismo produz a maior quantidade de serotonina, um neurotransmissor que regula humor, sono, apetite, ritmo cardíaco e temperatura corporal.
A dica é evitar os produtos ultraprocessados, como salgadinhos e refrigerantes. Prefira alimentos in natura e grãos integrais, tenha horários para refeições, abandone o celular enquanto estiver comendo e mastigue bem.
8. Cuidar da espiritualidade
Não se trata apenas de religião. Espiritualidade é a busca de sentido e de significado, a partir de uma conexão com algo que se considere sagrado. Tem a ver com a forma como o indivíduo se vê e expressa seu significado de propósito.
9. Observar-se
Tenha atenção às reações físicas e emocionais no dia a dia, seja em casa, seja no trabalho. Se perceber que está se estressando ou perdendo o controle, preste atenção a si e à situação. Bia orienta a, calmamente, contar até dez, “para que a amígdala cerebral se desarme e a pessoa possa racionalmente agir racionalmente”.
10. Buscar ajuda profissional
“Seres humanos não são super-heróis e, muitas vezes, é necessário buscar ajuda profissional”, diz a psicóloga e coach. Não ter receio de procurar um especialista é mais um passo para deixar o estresse para trás.